1 de dez. de 2009

Lânia Rose, sobre os mitos

Oi Glória!Quíron era filho de Saturno não júpiter, mas esse detalhe não me impediu de captar o que vc quer dizer com sua aversão à idéia de estudar os mitos de forma científica. O império da razão e realmente irritante!
A ciência pode mesmo esvaziar os mitos de sua riqueza: Uma estudiosa astróloga européia (por sinal escorpiana como vc) afirma que o tema de heróis que tem nascimento de mães virgens é antigo, e cita Hércules, Zoroastro e outros.
Ela explica que quando uma pessoa desperta para a dimensão espiritual é como se "nascesse de mãe virgem", uma bela imagem simbólica para uma experiência de contato com o transcendental.Pois bem: A Igreja Católica pegou esse mito e literalizou a questão da virgindade da mãe e a consequência disso é a perda do sentido sagrado da sexualidade feminina. Para a Igreja sexo (particularmente das mulheres) é sujo, um "mal necessário" que só se justifica em nome da procriaç ão.
Mulher que é mulher tem que ser casta como Maria, e Maria Madalena suspeita por sua relação anti-convencional com Jesus acaba tachada como prostituta. Que perda para nós mulheres, não?Por outro lado, um físico americano chamado Brian Swimme afirma que a ciência não possui a terminologia adequada para definir a grandeza do universo, só a linguagem simbólica (como a dos mitos e da poesia) é capaz de fazê-lo, e para defender essa idéia escreveu o livro chamado "O Universo é Um Dragão Verde".
Ora os mitos são fartos de imagens simbólicas que se dirigem não à nossa razão lógica - lado esquerdo do cérebro, mas sim aquele nosso lado intuitivo, esteta, artístico - lado direito do cérebro.
Também o físico Fritjof Kapra no livro "O Tao da Física" encontra analogia entre axiomas da física e o misticismo das religiões orientais - particularmente do Taoísmo. É interessante como até os cientistas percebem a limitação da ciência em explicar a realidade e encontram coincidências notáveis entre o que a ciência afirma e certas imagens místicas traduzem.A própria existência comprovada cientificamente de dois hemisférios cerebrais com funções opostas/complementares tem significativa analogia com a idéia taoísta de Ying e Yang de polaridades opostas e complementares...A questão é que vivemos num mundo em que os dois aspectos da realidade - a lógica e a razão, o ying e o yang, o masculino e o feminino, a noite e o dia - só podem ser experienciados um de cada vez. Não que um seja mais importante que o outro, mas não podemos ter os dois ao mesmo tempo. Assim se dá com o mito e a razão: São dois aspectos opostos e complementares da mesma realidade mas nenhum dos dois é melhor que o outro, apesar de vivermos sob o império da razão o império do mito também se mostraria incompleto. Só que em nossa realidade dual só podemos experimentar um de cada vez, apesar de ansiarmos pelo todo e pela completude.
Talvez tudo isso pareça muito "viajante", e talvez até meio vago (são as limitações das palavras) mas é o que acredito a partir do que tenho estudado e aprendido como historiadora, astróloga e criatura vivente que compartilha um tempo e um espaço com outras criaturas viventes. Somos todos companheiros na grande viagem de volta para nós mesmos...
E por isso tudo, partilho com você o interesse pelos mitos.
Um abração, Lânia

Um comentário:

  1. Anônimo20/11/10

    Querida gloria
    esse seu blog vai sr mt util pra min ano q vem!
    vamos estudar mitologia grega em hISTORIA.
    AH! e sobre aracne,nao foi afrodite que transformou ela em aranha foi atena!
    bom, voltando,eu qria saber se vc nao tem nehum material sobre Calipso!
    e que estou lendo Percy Jackson e ela aparece na ilha Ogigia.eu queria entender melhor.
    se vc encontrar alguma coisa me manda por e-mail ou posta no blog ok?

    BIBI(sua afineta)

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